Pesquisadores conseguiram se infiltrar em uma rede que envia spams e estudar a sua estrutura econômica.
A análise sugere que um baixo índice de respostas é suficiente para produzir milhões de dólares de lucro por ano.
A pesquisa também indica que as pessoas que enviam spams estão mais suscetíveis a ataques de hackers, o que encarece o custo da operação.
US$ 7 mil por dia
O estudo foi realizado por pesquisadores das Universidades de Berkeley e San Diego, ambas no Estado americano da Califórnia.
Os cientistas se infiltraram na rede Storm, que utiliza computadores de usuários domésticos "seqüestrados" para enviar spam - ou seja, o computador do usuário envia spams sem que o seu dono perceba.
No seu ápice, acredita-se que o Storm utilizou controlou até 1 milhão de computadores pelo mundo.
"A melhor forma de medir spams é tornar-se um emissário de spam", escreveram os cientistas em um artigo sobre a pesquisa.
Os pesquisadores acompanharam os spams enviados por 75.869 computadores seqüestrados - apenas uma pequena fração da rede Storm.
Vendas realizadas
Um dos spams promovia o site de uma farmácia que oferecia remédios para aumento da libido. O site era falso e foi criado pelos próprios pesquisadores.
A página da farmácia falsa retornava uma mensagem de erro cada vez que alguém tentava comprar remédios com cartão de crédito.
Os pesquisadores chegaram a disparar 469 milhões de mensagens de spam, a grande maioria promovendo a falsa farmácia.
"Depois de 26 dias, e cerca de 350 milhões de e-mails enviados, apenas 28 vendas foram realizadas", afirma o artigo.
O índice de resposta da campanha foi inferior a 0,00001% - muito abaixo do índice de 2,15% prometido por serviços privados e legalizados de envio de mensagens.
"Reunidos os dados, essas conversões teriam gerado um lucro de R$ 2.731,88 - um pouco mais de US$ 100 por dia, no período medido."
Ao expandir esse número para a totalidade da rede Storm, os cientistas calcularam que apenas essa rede de spams produz cerca de US$ 7 mil por dia, ou US$ 3,5 milhões por ano.
No entanto, os pesquisadores availam que alguns dos custos podem ser maiores, já que as redes do tipo Storm são muito atacadas por hackers.