"Fim da Internet seria pior que o aquecimento global", anunciou Donald Feinberg - vice-presidente de pesquisas para infra-estrutura do Gartner - na coletiva de imprensa com especialistas em TI da XIII Conferência sobre o Futuro da Tecnologia, em São Paulo. A afirmação surgiu a partir da discussão sobre "TI verde", uma tendência que ganha cada vez mais espaço entre as empresas e que será fundamental para um mundo "tecnologicamente sustentável" nos próximos anos.
Para o executivo, um "apagão" da Internet seria algo catastrófico, pois seus efeitos seriam imediatos. "Para nós, a Internet é tão importante quanto à Revolução Industrial ou a invenção da roda. O aquecimento global não deixa de ser grave, mas seus efeitos são sentidos muito mais lentamente. Na Internet, o caos seria imediato", disse.
Segundo os especialistas presentes no encontro, as companhias precisam analisar o investimento em TI verde de forma mais ampla, sem cair em modismos. "Todo mundo quer ser verde", apontou John Phelps, vice-presidente de pesquisas do Gartner focado em sistemas de grande porte. Para ele, é preciso avaliar se realmente as soluções propostas causam mudanças significativas, já que a mera substituição de determinados equipamentos ou componentes está longe do conceito de TI verde.
Outra questão abordada pelos palestrantes foi a da segurança em relação a ameaças cada vez mais específicas, como por exemplo vírus e worms.
De acordo com Gregg Kreizmann, diretor de segurança da informação e privacidade do Gartner, as empresas podem ser enquadradas dentro de uma escala de classificação de riscos, dividida em três partes:
A primeira seria composta pelas organizações em situação de "ignorância feliz", ou seja, aquelas que nunca tiveram problemas com a segurança e que ainda não começaram seus investimentos na área. Esse caso abrange cerca de 20% das companhias; na segunda parte estariam as empresas que entraram em "fase de correção", justamente aquelas que sofreram algum tipo de ataque e implementaram políticas de investimento em segurança, que responderiam por 30%; por fim, 10% entrariam na escala como pertencentes ao grupo de "excelência operacional".
Além das prioridades em TI verde e segurança, os especialistas na coletiva também listaram o Business Intelligence, o ERP, a virtualização de dados, a Web 2.0 e as redes sem fio como itens fundamentais ao futuro da área de TI.